quarta-feira, 9 de julho de 2008

MOMENTO DE TROCA DE SABERES - CONFECÇÃO DOS BONECOS

Momentos de troca saberes, tão esquecidos na universidade, e tão importantes na construção de seres humanos. Com isso, aprendermos novas técnicas, aprendemos que as coisas as vezes não saem como queremos e o mais importante, conhecemos colegas e com elas trocamos saberes. Sentir-se parte de um grupo em com esse grupo construir algo. Por mais importante que tenha sido, para a formação de nossa docência, aprendermos as técnicas de confeccionar bonecos, na integração do grupo construímos a maior aprendizagem.

Fernanda Reis
Daiana Barcella

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Projetos de pesquisa sobre Ambientes de Aprendizagem

Durante o 1ºSemestre de 2008 entramos em contato com diferentes ambientes de aprendizagem. Desenvolvemos projetos de pesquisa para conhecer outros espaços educativos além da escola.
Abaixo você poderá constatar nossas descobertas:

MUSEU ESCOLAR PROFESSOR ARNILDO HOPPEN
Bianca Walter
Neiva Postay

O Museu Escolar Professor Arnildo Hoppen foi criado em 19 de maio de 1996, por ocasião dos festejos dos 60 anos do Colégio Sinodal, fruto da necessidade de conservação, guarda de documentos, fotos e objetos significativos para a história da escola, do Morro do Espelho e por que não dizer de São Leopoldo.
O que era uma idéia pode enfim ser concretizada quando em 1996 foi cedido o prédio que abrigava anteriormente o "Internatinho", para a instalação do Museu. Pode-se aí realizar o trabalho de catalogar e organizar o rico material histórico, dividindo-o por assuntos. O nome do Museu é uma justa homenagem ao ex-professor, ex-diretor do extinto internato e diretor do colégio por 25 anos, Sr. Arnildo Hoppen.
Como educadoras e futuras pedagogas, acreditamos que o museu é um espaço educativo e alternativo e complementar à educação formal da sala de aula. Os museus pretendem promover uma nova forma de olhar, a partir de seus materiais e temas propostas, suscitando a curiosidade para a aquisição de novas experiências que conciliem e estabelecem pontes.
A Escola e o Círculo de Pais e Mestres
Ligia
Em minha pesquisa conheci uma escola onde as coisas acontecem de um jeito diferente, como se trata de uma escola municipal, encontrei lá uma APEMEM (Associação de Pais e Mestres das Escolas Municipais), que desenvolve aquilo que literalmente podemos chamar de trabalho coletivo na escola.
Por esse motivo, a APEMEM da escola investigada se preocupa tanto em oferecer aos alunos o acesso aos mais variados recursos didáticos possíveis. Outro fator relevante é que a opinião e as reivindicações das crianças sempre são levadas em consideração e ponderadas pelos pais e professores.
As aprendizagens encontradas em um grupo de jovens

Cecília dos Santos Pereira
Maria das Dores da Silva


Este trabalho é resultado da pesquisa que fizemos junto a um grupo religioso de jovens ligado a comunidade Católica. O grupo pesquisado foi Grupo de Jovens de Emaús Semear localizado em Campo Bom. Este grupo é pertencente a Diocese de Novo Hamburgo e é composto por jovens a partir dos 17 anos.
Observamos alguns encontros do grupo em que os jovens desenvolvem dinâmicas e após fazem reflexões sobre o tema abordado na dinâmica. O grupo tem como objetivo desenvolver valores humanos e cristãos, incluindo o jovem na comunidade. Estes jovens realizam atividades tanto na igreja como liturgia e animação nas celebrações, como projetos para a comunidade carente.
Segundo relatos dos próprios integrantes as aprendizagens que o grupo proporciona ou já proporcionou são de crescimento: humano - trabalham a valorização humana, onde cada um tem a sua importância, o seu potencial. Espiritual – a fé como um valor cristão. Oportunidade de liderança: a cada encontro um dos integrantes é responsável pelo tema da dinâmica que irá trabalhar no dia do encontro, assim todos farão uma “ reunião” como é denominada.
Muitos relataram que a convivência no grupo os tornou mais seguro, pois se sentiam muito tímidos e a oportunidade de liderar uma reunião, fazer as leituras na celebração, preparar uma atividade junto à comunidade faz com que sejam importantes. Também o clima de amizade é muito presente no grupo. Há um trabalho de coletividade, de afetividade. Alguns relataram que se tornaram mais afetivos com a família.
Para se tornar um integrante no grupo é oferecido um curso em que se aprende a conhecer melhor a si e as normas da igreja. Também neste curso se aprende a ter iniciativa de colaborar para um mundo melhor e saber separar as coisas boas das coisas ruins, segundo eles separar o “joio do trigo”.
Fazendo uma relação com os textos utilizados no PA Ambiente de Aprendizagem podemos identificar estes momentos de encontros como o que TONUCCI, 2005 traz como: Espaços para comunicar-se. Nos ambientes onde estes jovens fazem uma apresentação em público, estão ganhando um espaço na comunidade.

Os jovens são vistos na maioria das vezes como os “bagunceiros”, aqueles que não querem nada com nada, irresponsáveis.
Algumas habilidades também são desenvolvidas pelos jovens. Existe uma banda musical, que faz a animação nos eventos do Movimento de Emaús e nas celebrações. “Aqui aprendemos de tudo, a cantar, a tocar, a se relacionar com as demais pessoas e entender as diferenças de cada um é que os torna belo. Aprendemos muito um com o outro.” (K. relato oral).
Os encontros acontecem na casa dos integrantes para que, segundo eles, a família conheça o que o seu filho/a está fazendo neste grupo. “A relação da família é muito importante, pois alguns procuram participar de um grupo de jovens como uma atividade de escape, para fugir dos conflitos familiares.” (D. relato oral). Uma das temáticas trabalhadas com o grupo é a importância da família e como os jovens podem ser mediadores entre a família, conflitos e a religiosidade.
Um novo espaço de Aprendizagem: Ônibus de Turismo
de Porto Alegre
Luciane Oliveira
Kelly de Lima
Em funcionamento desde janeiro de 2003, a linha começou a circular durante o 3º Fórum Social Mundial. A linha faz sucesso entre os turistas, que são o maior público nos dias úteis e durante a realização de eventos, mas seu maior feito foi transformar o porto-alegrense em turista em sua própria cidade.
Buscamos através deste novo espaço de aprendizagem uma forma atrativa de nossos alunos conhecerem a historia da própria cidade.
Salientamos a importância de mostrar o quanto às ruas e monumentos históricos podem tornar-se espaços ricos de aprendizagem.

FESTIVAL INTERNACIONAL DE BONECOS











FESTIVAL INTERNACIONAL DE BONECOS
BONECOS DE CANELA

Anne Stein
Andrea De Paula
Priscila Borowsky

No PA Ambiente de Aprendizagem, com a professora Marita Redin, fomos visitar o 20 Festival Internacional de Bonecos na cidade de Canela. O evento ocorreu dos dias 12 a 15 de junho.
Em aula, aprendemos a fazer e trabalhar com bonecos. Os quais levamos para o evento no dia 14 de junho, onde a universidade nos disponibilizou um ônibus para a locomoção, saímos as 8 horas e passamos o dia assistindo aos espetáculos. Alguns gratuitos, outros com entrada diante pagamento (quem tivesse condições).
Canela viveu os 20 anos de Festival Internacional de Teatro de Bonecos, onde a cidade toda esteve suas ruas e praças decoradas e seus palcos preparados para receberem seus mais ilustres convidados: bonequeiros do mundo inteiro. Uma seleção dos melhores que estiveram nos palcos canelenses nos últimos 20 anos compõs a maior programação de todos os tempos do Festival, com quase cem apresentações de teatro de bonecos nas mais diversas técnicas, com peças que emocionaram, fizeram rir e chorar, com sátiras, humor negro, bonecos divertidos, descontraídos, que interagem com o público, brincalhões, enfim com bonecos das mais variadas formas que ganham vida nas mãos dos artistas manipuladores que fazem esta arte milenar atravessar continentes. Bonecos gigantes, bonecos minúsculos, bonecos lindinhos e delicados, outros rústicos, que quase assustam, bonecos feitos com o próprio corpo, com papel de bala, com material reciclado, com finos tecidos, com belíssimos cenários ou sem nenhum cenário, títeres da França, Espanha, Hungria, Inglaterra, Peru, Argentina e Brasil invadem Canela e transformam a vida do público por quatro dias em puro sonho e encantamento.


HISTÓRIA DOS BONECOS CANELA Em 1989, a Prefeitura de Canela e a AGTB ( Associação Gaúcha de Teatro de Bonecos), realizaram uma mostra de Teatro de Bonecos, como lançamento do 3º Festival de Teatro de Canela, evento de cunho nacional que trazia o melhor do teatro do Brasil e América Latina. Como o evento de Bonecos, que já havia acontecido um antes em Caxias do Sul, estava sem lugar definido para acontecer, a CODEC (Coordenadoria de Artes Cênica), órgão de Cultura do Estado, sob o comando de Jorge Carlos Appel e a prefeitura de Canela resolveram lançar o evento de Teatro com a mostra de Teatro de Bonecos. Num primeiro momento, a comunidade de Canela esperava por um evento infantil de fantoches, sem grandes expectativas em relação a programação e desconhecendo totalmente a arte titiriteira. Mas o que estava por acontecer era muito poderoso e viria mexer com toda a cidade e marcar, para sempre, o calendário de eventos de Canela. A primeira apresentação, no ainda tosco Cine –Teatro Marabá, cinema da década de 50, recém transformado em teatro em função do Festival de Teatro, foi do grupo Uruguaio “Títeres de Cachiporra” , com um espetáculo de manipulação direta e cortina de luz, em que formas coloridas voavam pelo palco, transformando-se em calhambeques, flamingos e figuras tão inusitadas quando mágicas. A reação do público foi de encantamento e espanto. Ninguém esperava ver aquele tipo de espetáculo, com tanta beleza e mágica. Foi então que, no sábado a noite, Canela se deparou com o espetáculo “GIZ” do grupo mineiro Giramundo . Foi quando nos demos conta de que o Teatro de Bonecos não se tratava de uma arte estritamente dedicada às crianças e muito menos era restrita a pequenos marionetes e fantoches. “GIZ” colocou no palco de Marabá bonecos brancos gigantes, que com sons guturais transcreviam situações cotidianas, com um forte traço político. Foi um grande impacto, uma emoção, uma descoberta! No final deste primeiro encontro em Canela, a Secretária de Educação e Cultura da cidade, Berenice Felippetti, confeccionou um chapéu de palha com hortênsias, representando a região, o trigo, lembrando o Estado e outros elementos e literalmente “tirou o chapéu” para os bonecos e bonequeiros que tanto haviam nos encantado, entregando-o a Antonio Carlos de Senna, responsável pela programação do evento e então presidente da AGTB. Neste ato, Canela deixou claro que passaria a sediar o Festival de Bonecos, que passaria a compor oficialmente o calendário de eventos do município. O Festival se realizou em 1990 e 1991, trazendo grupos do Brasil e América Latina, sendo reconhecido por todo o meio como uns dos grandes fóruns de debate sobre a arte. Mas foi 1992 que o evento abriu suas fronteiras Latino Americanas, trazendo grupos Suécia, França, Itália, Chile, Argentina, Uruguai , além de representantes do Pará, Ceará, Rio grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e rio Grande do Sul. Foi o Bonecos Brasil 92 –Canela, que englobava o XVI Festival Internacional de ABTB /Centro Unima Brasil e o V festival Internacional de Teatro de Bonecos de Canela. O evento ganhava uma nova e transformadora força na mídia, refletindo diretamente no número de público e no entusiasmo das platéias de todas as idades, que já lotavam as salas de espetáculo, formando-se grandes filas inclusive em sessões em altas horas da noite. Como convidados especiais, Canela recebeu Javier Villafane, o bonequeiro mais antigo da América Latina ( Argentina), Jacques Felix, Secretário Geral da Unima ( França), Margareta Niculescu, Diretora do Instituto Internacional de La Marionnatte ( Romênia) e Penny Francis, editora da revista “Animations” (Inglaterra). A partir daí, o Festival seguiu trazendo o melhor da produção nacional e internacional, servindo de inspiração para profissionais de diversas áreas artísticas e acadêmicas, bem como firmando-se como um grande encontro de criadores, diretores e técnicos. Grupos da Rússia, China, Japão, Estados Unidos e Europa tornaram-se freqüentes, oferecendo ao público uma grande diversidade de técnicas e momentos de beleza incomparáveis. Sempre se deparando com dificuldades financeiras, o Festival foi administrando recursos estreitos e humores diversos, até que, em 1999, a AGTB decidiu não mais realizar o Festival, alegando falta de recursos e a vontade de buscar outra sede para o evento. Canela não aceitou esta situação e deixou claro que continuaria realizando o evento, mesmo sem a parceria da AGTB. E foi assim que aconteceu o BONECOS CANELA 99, em meio a boicotes e pressões políticas. Neste ano, trouxe espetáculos da Itália, França, Argentina, Argentina, Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco, Santa Catarina, Amazonas e Rio Grande do Sul. Estava inaugurada uma nova era na história do Festival. Com a saída da Associação, Canela contabilizou o evento de 1999 como sendo o décimo, já que o primeiro evento ocorreu em Caxias do Sul. Portanto, aquela era a décima edição em Canela, de Canela. Em 2000 o Festival voltou a crescer, trazendo atrações da Alemanha, Israel, Itália, Argentina e diversos estados brasileiros e nos anos seguintes foi se reestruturando e consolidando-se cada vez mais, profissionalizando suas equipes de trabalho, mantendo uma equipe coordenadora constante, que prima, até hoje pela excelência no tratamento técnico com os grupos convidados, pelo cuidado e atenção com o público e pelo capricho na escolha da programação. O Festival de Canela passou a fazer parte do circuito de Festivais, que em conjunto com o Festival de Belo Horizonte, começou a trazer os grupos internacionais em parceria, dividindo custos e propiciando a outros estados a visitas destas atrações. Esta parceria segue até os dias de hoje, com a inclusão do tradicional Festival de Londrina (FILO) o recém criado Festival de Florianópolis. Quando completou 15 anos, em 2003, o Festival recebeu dois prêmios muito importantes: O Prêmio “Líderes e Vencedores”, oferecido pela Assembléia Legislativa do RS, que destaca as grandes realizações do Estado e o troféu “Cultura 50 anos”, que ressaltou os eventos de destaque no Estado nos últimos 50 anos. O evento seguiu crescendo em público e em atrações, firmando-se como um dos mais importantes e o mais tradicional evento da América Latina, reunindo os grandes nomes do Teatro de Bonecos do Brasil e do mundo, funcionando como uma grande escola para artistas de todas as áreas. Em 2004, a Fundação Cultural de Canela criou seu “Teatro Experimental”, uma oficina permanente, ministrada pelo bonequeiro Nelson Hass, que passou a trabalhar de forma constante na formação de crianças e adolescentes. Na sua 19ª edição, já como preparação para a grande festa dos 20 anos, o Festival criou o “Bonecos do Chapéu”, coordenado por Nelson Hass e Beth Bedo, o Festival levou para as ruas de Canela cerca de 20 grupos do Brasil e exterior, que se faziam apresentações relâmpagos e que depois passava o chapéu, revitalizando este ato tradicional do Teatro de Bonecos e comum na Europa. Somando-se a tradicional programação de rua do Festival, sempre gratuita, criou uma efervescência sem precedentes. È importante registrar que, nestes 20 anos de evento, parte da programação infantil é dedicada às crianças da rede pública de ensino gratuitamente, para que se cumpra um objetivo básico: a formação cultural. No início de 2008, o Grupo Só Rindo (do bonequeiro Nelson Hass) e a Fundação Cultural de Canela ganhou do Governo Federal o “Ponto de Cultura Bonecos Canela”, que alinhado com o projeto “Bonequeiros Mirins”, da Prefeitura Municipal, intensifica e institucionaliza o resíduo cultural deixado pelo evento, atendendo de forma constante cerca de 70 alunos, entre crianças e jovens. E assim chegamos aos 20 anos: fortalecido pelo trabalho permanente em nossa comunidade, resguardado pela presença apaixonada de nosso público, reconhecido no Brasil, na América Latina e no mundo por toda a classe bonequeira, apoiado pelas instituições públicas e privadas e perpetuado, no coração de milhares de pessoas de todas as idades, por toda a beleza e a magia que distribui nestas duas décadas.

Pesquisa sobre cidades!

desenho de uma criança de 3 anos.

desenho de uma criança de 5 anos.

desenho de uma criança de 9 anos


desenho de uma criança em torno de 16 anos

Pesquisou-se para o P.A. Ambiente de Aprendizagem do Curso de Pedagogia da Unisinos, sobre cidades, qual seria sua visão sobre elas. Foram entrevistadas várias crianças entre 3 e 17 anos, de cidades entre São Leopoldo, Porto Alegre, Santa Cruz, Esteio, e regiões. Foram feitas quatro perguntas, que são:
1- O que é uma cidade?
É Portão, uma coisa de levar todo mundo pra viajar rodoviária.(3 anos)

2- O que você mais gosta na sua cidade? Por que?
Ficar brincando com os meus amigos, porque eu me divirto.(5 anos)

3- O que você não gosta na sua cidade?
Eu não gosto da poluição,porque ela vai destruindo o planeta. (9 anos)
4- O que você gostaria que tivesse na sua cidade?
Uma boa mudança na segurança pública.( 17 anos)

Logo após respondidas as perguntas, pediu-se que cada entrevistado desenha-se como considera que seja sua cidade(desenhos acima)
Podemos perceber, as respostas variam muito pela idade da criança, quanto mais velha, já consegue detalhar mais suas respostas e desenhos, concretizando o espaço em que estão inseridas. Considerando que a maioria das crianças vivem em cidades, é nelas que formarão seu caráter, e podemos destacar que a cidade para elas, simplesmente é um lugar com casas, carros e pessoas.
Como o autor do texto “Uma cidade que acolha as crianças: políticas públicas na perspectiva da infância”, questionou, se as cidades realmente propiciam um ambiente tranqüilo e incentivador para as crianças, podemos dizer, assim como no texto, que não, pois cada vez mais as tecnologias estão avançando, modernizando tudo e todos que estão inseridos na sociedade, levando as crianças a se trancarem em casa ao lado de vídeo games, e desenhos de lutas, com super heróis com super poderes, o que muitas vezes pode fazer com que a crianças pule etapas na sua vida, deixando seu lado infantil, para ver somente coisas concretas e violentas. Podemos destacar as respostas das crianças com 13 e 17 anos, que não gostam de violência e querem mais segurança para todos.
Acreditamos que a cidade pode não acolher bem as crianças, porém cabe também a nós professores, proporcionar momentos de brincadeiras, deixando as crianças serem crianças, tentando fazer com que elas não cresçam rápido demais.


Nomes: Andréa de Carvalho Reckziegel
Bianca Ody de Oliveira
Michele Conti
Sara Maciel Monteiro

TONUCCI, Francesco. Quando as crianças dizem: agora chega!. Porto Alegre: ARTMED, 2005.

  • Síntese realizada pelas alunas do curso de graduação em Pedagogia, da UNISINOS, do Programa de Aprendizagem Ambientes de Aprendizagem.

Apresentação:

Esse livro recolhe os 11 anos de experiência realizada na cidade de Fano, na Itália, e em outras cidades, em diferentes países, onde as crianças, entre 6 e 11 anos, participaram do projeto “A cidade das crianças”. As opiniões, de como as crianças vivenciaram e expressaram a realidade da vida da cidade, fizeram pensar, refletir e trazer novos pontos de vista e discussão aos governantes.
Tonucci, na introdução, ressalta ainda que as crianças nunca falam “agora chega!”. Essa é uma expressão própria da linguagem e do mundo dos adultos. Para as crianças existe somente o presente, eles aprendem cedo a dizer “agora, em seguida!”. Segundo o autor: “Para os pequenos, os fracos, para os pobres existe somente o presente e, se eles são privados disso, estão perdidos.” (p. 17)
Outro ponto importante na introdução é a idéia de que ouvir as crianças é colocar-se ao lado delas, é estar disposto a defender suas posições, seus pedidos e necessidades. È necessário reconhecer que eles são capazes de dar opiniões, idéias e de fazer propostas sabias para resolvermos problemas.

Para serem felizes. - O direito ao jogo. - Onde se pode brincar.

As crianças ouvidas ressaltam a necessidade do convívio com outras crianças e denunciam a solidão. Para ser feliz é preciso a presença dos outros, dos amigos, dos irmãos.
No atual contexto, as crianças, são vistas como estorvos, motivo de bagunças e sinônimo de incomodação ao brincar e transitar pelos espaços públicos. Não podem brincar em qualquer lugar ou a qualquer hora. Assim é necessário abrir outros espaços físicos como, por exemplo, o pátio da escola nos horários em que está fechada, nos finais de semana e feriados, para respeitar o direito que tem ao lazer, a recreação, ao divertimento.
Para os pequenos toda hora e todo o lugar é bom para brincar. Através do jogo, toda criança descobre o mundo, os limites, experimenta seus conhecimentos e suas habilidades, conhecendo-se a si mesmo e aos outros.

Aline Baierle, Josiane Oliveira Leite e Maria Inês Matilla.

Não temos espaço. – Brincar de graça. – Sem treinador.

Historicamente as crianças não são ouvidas ou não são levadas a sério pelos adultos. Elas querem ser ouvidas e, mais do que isso, que suas falas, desejos e sonhos, sejam consideradas. Seu futuro é planejado pelo adulto e se ela puder optar entre o agora e o depois, a criança optará pelo agora.
As crianças alertam que há pouco espaço para que possam brincar, as ruas estão cheias de automóveis e não podem brincar, viver se divertir. O excesso de automóveis é um problema gigante em nossas cidades e não é preciso que uma criança nos diga isso mas, mesmo sabendo deste problema não fazemos nada para que esta realidade se modifique.
As crianças querem um espaço para jogos mas, querem isso gratuitamente pois, não é certo que tenha que pagar para poder brincar. Também precisa ficar livre para fazer suas escolhas esportivas.

Luana, Lauana, Geni e Marluci.

Um dia para brincar. - Sozinho. - Brincar em segurança. - É melhor com os avós.

Criar tempos e espaços para a convivência entre adultos e crianças, não aqueles espaços especializados mas sim lugares de circulação públicos e que possam interagir através de jogos e outras atividades e também para que as crianças possam desfrutar novamente um espaço que já foi seu: a rua. Essa proposta já é realizada em Rosário, na Argentina e pode muito bem ser planejada e aplicada em qualquer outro lugar, de qualquer país. Pois o poder público nesta cidade acatou o pedido das crianças e os adultos também foram beneficiados.
A interação das crianças com os idosos também traz muitos benefícios, pois com eles, não são tão controladas e tutoradas. Elas aprendem que por uma pessoa ter uma idade mais avançada não significa que ela deva ser isolada do convívio da família e da sociedade. É certo que as ruas devem oferecer segurança para as crianças e isso envolve a sociedade como um todo.

:Edla Brito, Aline Okada, Juliana Sironi e Tatiane Machado.

A pé. - A bicicleta é mais democrática. – Para a escola vamos sozinhos.
As cidades são pedaços do mundo.

Atualmente as crianças perderam autonomia de ir e vir com segurança. Nos anos setenta era normal às crianças irem para as escolas a pé e sozinhas, assim no caminho iam conhecendo melhor a cidade e encontrando com os amigos pelo caminho. Com o passar dos anos foi se interiorizando a idéia de que os pais cuidadosos estavam presentes em todos os momentos da vida de seus filhos amados, com isso os levam para a escola, para casa de amigos, e assim por diante, tornando o contato de seus filhos com o mundo exterior cada vez menor e mais difícil. O autor relata a importância da autonomia das crianças que pode ser expressa através de ir a escola sozinhos, a pé ou de bicicleta, assim têm a oportunidade de conhecer melhor a cidade onde mora.

Cátia Dutra da Rosa, Carla Silvana Jarotzky, Aline Corso, Fabiane Diasconzi Perraro e Ciana Weingarten

Uma calçada para a família. - Muitas praças. - Se vocês constroem nós não podemos brincar. - As casas são próximas porque os amigos têm que ficar perto

“Em uma calçada deve poder passar uma família”. (Corigliano Calabro). As crianças fazem propostas concretas, razoáveis, possíveis se aceitarmos enxergar a relação de poder entre o automóvel e os pedestres. Elas são ótimas consultoras sobre as características e funções das calçadas, porque essas são ruas das crianças. A calçada poderia ampliar-se em alguns pontos e dar espaço e assentos ou a infra-estrutura para jogos.
“Não importa se as praças são pequenas, basta que sejam muitas”.(Rosário); “Quando se constrói em um espaço verde ou livre se diminui o espaço de jogo das crianças”.(Fano) Não é somente o verde que precisa nas praças, e sim de pequenas áreas próximas às casas onde possam brincar sem a preocupação dos adultos. Deveriam ter “cidades pequenas” dentro dos bairros, com praças, supermercados, escola, farmácia, etc.
“A casa precisa ser transparente, assim eu olho fora”. (Correggio). Atualmente, as cidades são muito agitadas, com muito ruído e a casa representa um refúgio e um lugar tranqüilo, onde nos sentimos protegidos da cidade. Segundo um grupo de crianças da cidade de Fano “as crianças não deveriam ser nem grandes condomínios, nem casas particulares”, sugerem condomínios com poucos apartamentos em um local que favoreça o convívio entre eles.

Aline Corso, Carla, Gisele e Ivane Sochacki.


Existem também as crianças. - Um assessor para nós. – Espaços para comunicar-se. Adultos mais infantis.

As crianças pedem e querem estar presentes, querem ser visíveis. O Município de Réus aceitou a provocação das crianças e através do projeto “A cidade das crianças” deliberou a criação de uma praça que, em Catalão, se chama “Placa dels xiquets i les xiquetes”, que significa “Praça dos meninos e das meninas”. A cidade muniu-se de instrumentos adequados para que fosse possível aceitar esse desafio. O Laboratório é o primeiro desses instrumentos, é um grupo, um lugar, uma escolha política. É um grupo de operadores que se dedicam à programação do projeto, às exigências e às características da cidade. Organizam e acompanham as iniciativas, sabem trabalhar com as crianças, deixando a elas a palavra e defendendo suas idéias. Para que o projeto saia correto é importante que as crianças assumam um papel que é o de protagonista. Nascem assim, as experiências do Conselho das Crianças e da Projeção Participada, representada por um grupo de crianças que dá conselhos aos adultos, que oferece aos administradores o ponto de vista infantil, sendo representado por crianças eleitas nas escolas, por sorteio.
O Plano de ação nacional para a infância e a adolescência, foi criado na Itália, a partir de 1997, prevendo importantes financiamentos para projetos em favor da infância. Em particular, além de prever intervenções nos casos de abandono e de risco e serviços inovadores na primeira infância, convida os municípios a realizar ações positivas para a promoção dos direitos da infância e da adolescência, para a melhoria da fruição do ambiente urbano e natural e o desenvolvimento do bem-estar e da qualidade de vida dos menores, observando o respeito de cada diversidade.
Em uma sociedade na qual a imagem e a comunicação assumiram um papel tão determinante, as crianças têm consciência de que, para serem consideradas pelos adultos, é preciso se mostrar, é preciso chamar a atenção deles.
O Conselho das Crianças de Fano pediu “o espaço de uma página no jornal Fano Stampa”, e o Conselho de Roma pediu “uma página no periódico quinzenal para jovens do Município de Roma, II Colosseo”, a fim de que elas possam divulgar as atividades e as propostas que estão desenvolvendo no Laboratório, bem com recolher opiniões e sugestões das outras crianças da cidade.
Um pequeno conselheiro numa reunião do Conselho da Criança diz: “Os guardas de trânsito, quando falam conosco, deveriam ser mais infantis” (Fano). É preciso que o adulto se dê conta de que já foi criança uma vez, mas parece que esqueceu. Recordar nossa infância pode ser de grande importância para sermos bons adultos, para nossos filhos, para nossos alunos, para os pequenos cidadãos ou simplesmente para a criança que encontramos na rua. Gianni Rodari (1979) refere-se “ao ouvido imaturo que os adultos deveriam ter para saber ouvir as crianças e na sensação tantas vezes experimentada pela criança de que os adultos não conseguem compreender, de que os adultos esqueceram-se de sua infância”.

Cladis Maria Pommer da Silva, Jussara Winter e Sandra Maria Motta Capra.

Escola e não-escola. – Direitos e Deveres. – Eu senti que era responsável. – Um prefeito para as crianças.

A escola separa os conteúdos das aprendizagens do currículo como urgentes e necessários e não dá atenção às necessidades das crianças. Também não oportuniza momentos das e para as crianças que reivindicam o direito de trabalhar em conjunto. Somente o professor sabe, o aluno deve ouvir e aprender. O autor recomenda que se dê autonomia à criança e o direito de exploração e apropriação de outros espaços além de sua casa e sua sala de aula. A escola deve estar ao lado das crianças, isso proporcionaria a construção de sua cidadania. Na família também as interações devem ser de respeito e atenção e não um ambiente de cobrança e um prolongamento da escola, onde a criança deve trabalhar, ajudar a família, fazer temas e deveres de casa, estudar e somente se sobrar tempo, ocupar-se do brincar livre. A criança quer e necessita ter um tempo e um espaço só seus, sem policiamento e vigilância que inibam a sua criatividade, mas o apoio e o carinho da família são indispensáveis. A participação efetiva das crianças na família, na escola e na cidade, opinando, expondo suas idéias, na certeza de serem ouvidas, de que podem contribuir para melhor e ter suas reais necessidades atendidas, traz responsabilidade à criança. Quando os adultos se dispuserem a ouvir as crianças sobre situações reais, elas se envolverão e trarão soluções. É o que demonstra a experiência “A cidade das crianças”. As crianças passaram a integrar um conselho em que tomaram conhecimento dos problemas da cidade. Algumas consideravam chatas as reuniões, mas essa atitude mudou a partir do instante em que elas sentiram que podiam influir nas decisões, que sua opinião era ouvida. A partir desse momento, passaram a se envolver cada vez mais e isso desenvolveu seu senso de responsabilidade e, sem dúvida, sua compreensão do sentido de cidadania.

Leoncina Garin e Paula Seferin

O que é uma cidade?




















Estas são representações de cidade feita pelas crianças.